Híbrido e Flexível: as palavras-chave para o trabalho da nova era

Os espaços de trabalho deveriam ser um reflexo das nossas atividades.

Mas a gente tende a construir nossos espaços, principalmente em empresas, de forma generalizada, como se todo mundo trabalhasse da mesma forma e que cada pessoa tivesse atividades iguais todos os dias, mas estudos já mostraram que não é bem assim, e quem esteve trabalhando de casa ultimamente também já pôde comprovar isso.

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Nesse período de trabalho remoto generalizado, cada um teve que se virar para criar uma nova estrutura de trabalho, teve que organizar seu próprio espaço, conhecer mais sobre as tecnologias, infraestrutura, mobiliário, e tantas outras coisas que permeiam seu dia de trabalho e estavam lá prontos para uso, mas passavam despercebidas, quase que invisíveis, no dia a dia. 

A partir do momento que tivemos que lidar por conta própria com tudo isso, passamos a nos observar mais, a perceber que tem formas de trabalhar melhor ou pior, a ver quais configurações da mesa e cadeira funcionam (ou não! E dá-lhe dores nos braços), percebemos que há horários que trabalhamos melhor, começamos a sentir falta de algumas coisas do ambiente do escritório, de sair todo dia, mas também enxergamos o valor em muitas outras questões que o trabalho remoto nos propiciou, e com todas essas percepções e reflexões passamos a nos conhecer mais nesses aspectos.

A história dos espaços de trabalho até onde conhecemos hoje, vêm fundamentada muito mais em imposições e regras pautadas no modelo fabril que repetimos para o escritório do que para a observação das atividades e necessidades humanas. 

E já faz algum tempo que temos percebido que não somos máquinas.

Adotar padrões generalizados de tipos de escritórios, seguir modismos aplicando um mesmo modelo no espaço de trabalho inteiro, sem parar para pensar se aquilo funciona para todos ou se funciona para o seu tipo de negócio, foi o que nos fez chegar até aqui. 

Que o digam os críticos do open space por exemplo, que foi aplicado em 100% de escritórios que as atividades demandavam silêncio e trabalho concentrado, ou dos cubículos (aquele das mesas individuais rodeadas de divisórias altas) para equipes que precisam de muita colaboração e troca. A culpa é do open space e do cubículo ou da má analise em adota-lo em 100% do espaço?

Com tudo isso que estamos passando, as discussões de qual modelo adotar, mais uma vez, preveem adoções generalizadas. 

Levanto aqui a bandeira da não generalização, a gente precisa começar a perceber que as pessoas são diferentes, as atividades são diferentes e com isso os espaços de trabalho precisam ser diferentes e variados, ou pelo menos adaptáveis, como diz o conceito de activity based design, desenho de espaços de trabalho para cada atividade, mas isso fica para outro texto.

O que eu quero falar aqui é que muito tem se discutido se o home office é melhor ou se o escritório é melhor, pesquisas têm sido feitas se as pessoas estão gostando mais de um modelo ou querem de volta o outro, seguindo a tônica cega da atualidade: escolha binária. 

E não precisa ser assim, essa escolha não precisa ser binária, pode ser múltipla com infinitas possibilidades.

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A verdade que ficou clara nessa história toda é que a tecnologia tem sido subutilizada na nossa rotina diária de trabalho, deu para ver que ela nos possibilita muito mais do que usávamos. Podemos usá-la ainda mais a nosso favor, aquela frase já recorrente de “fazer a tecnologia trabalhar para a gente, e nao nos para ela”. Mesmo que você seja do tipo que não lida bem com tecnologias, foi preciso se adaptar e com certeza você já está em outro nível de aproveitamento das tecnologias.

E o que a tecnologia nos traz de beneficio maior é a FLEXIBILIDADE, acima do “guarda-chuva” do trabalho remoto há o trabalho flexível, e é nele que eu acredito que devemos mirar. 

Propor modelos flexíveis, abre possibilidades para que cada um, agora que já se conhece mais em termos de facilidades e dificuldades na jornada de trabalho, adapte a melhor forma que funcione para si e seu trabalho. 

O que nos leva então a modelos híbridos, ou seja, modelos que contenham tanto o trabalho remoto como o trabalho no escritório.

Um não anula o outro.

Convido todos a aproveitar esse momento e oportunidade para antes de generalizar o mesmo modelo para todas as pessoas e todos os tipos de negócios, que a gente generalize a flexibilidade, adotando modelos híbridos. 

Por mais prático que possa parecer adotar um só modelo, vale a pena gastar um pouquinho mais de tempo desenhando um modelo híbrido e flexível, e ir analisando o que funciona, as melhores práticas para cada pessoa e negócio, isso a médio prazo traz benefícios de clima, de produtividade, de impacto na cidade e na qualidade de vida das pessoas, que vão muito além dos custos de curto prazo que todos já puderam calcular.

E tudo vai ser teste, ninguém sabe ainda qual vai ser o formato mais aderido, nem o que vai ser dos próximos meses…

Pensem como o Design Thinking, é preciso analisar, gerar opções, testar, melhorar, analisar de novo, e por aí vai num ciclo recorrente. 

A grande beleza da flexibilidade é isso, é você deixar adaptável a cada um, no mundo da moda por exemplo, a gente vê a onda de customização, mesmo customização em massa, no mercado de carros a gente tem isso também, opções de combinações de cores e acessórios para o caso ser customizado para você ainda na fábrica, que dirá depois por conta própria.

É isso que proponho também para o mundo dos modelos e espaços de trabalho, pensar desde já com a perspectiva de múltiplos formatos que geram várias possibilidades, afinal vivemos em um mundo de múltiplas informações, múltiplas ideias, múltiplas profissões e não dá para pensarmos em adotar só um modelo e tipo de espaço para o trabalho.

Outoo nasceu baseada nessa ideia de múltiplas possibilidades para pessoas que podem ter jornadas flexíveis, a gente identificou diferentes tipos de espaços (mais de 2 mil e contando…) que podem servir para trabalhar por um período, um dia ou vários, e também vamos desenvolver cada vez mais espaços para serem multifuncionais atendendo diferentes demandas e dando a possibilidade de a pessoa trabalhar de onde ela quiser e for mais conveniente no momento. Os escritórios, mesmo privados, não podem ser diferentes, também podem ser híbridos e flexíveis desde o layout até a funcionalidade. 

Na nova era quem vai ser a estrela é a flexibilidade e a gama de possibilidades que ela nos proporciona.

Eu sou a Fernanda Mourão, Arquiteta e Urbanista com 15 anos de experiência em espaços de trabalho e há 3 venho pesquisando mais de perto o trabalho remoto e as novas formas e espaços de trabalho, fundei a Outoo, plataforma de busca e reserva de outoffices (espaços de trabalho fora do office e do homeoffice), e recentemente abri o braço de consultoria de inteligência e design para espaços de trabalho, a Outoo ID. Conheça mais nosso trabalho clicando nos links e fico à disposição para contatos diretos também.

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