A nova grande disrupção do trabalho é o híbrido – estamos prontos de verdade?

Começo esse texto te fazendo uma pergunta: Está claro para você que o que experimentamos de Home Office nesses quase 2 anos de pandemia de COVID não é o real de Home Office em uma vida normal? Muito menos o trabalho remoto, certo?

Na vida “normal” não temos esse monte de restrições de movimentação que tivemos, não temos todo mundo em casa ao mesmo tempo, não temos o mundo todo parado por conta de uma doença contagiosa… etc etc etc, eu poderia continuar com muitos exemplos, mas acredito que esses já tenham clareado para quem não achasse que estava claro.

Leia também: https://www.futurolabs.com.br/hibrido-e-flexivel-as-palavras-chave-para-o-trabalho-da-nova-era/

Além disso, a maioria de nós e das empresas, estavam despreparadas e tiveram que se virar nos 30, construir estrutura e processos “com o carro andando”, e isso tudo resultou em experiências boas, ruins, e também muito aprendizado, mas e agora para o Home Office, trabalho remoto e modelo híbrido de fato, no mundo pós pandemia, estamos prontos?

Para responder a essa pergunta, me pauto nesse ótimo artigo da Microsoft, resumo de um report, que fez um ótimo levantamento das experiências e aprendizados até aqui, e deu caminhos a seguir que estão muito alinhados com o que acredito e venho construindo para a Outoo e Spacein, e ainda enriqueceram com gráficos e animações incríveis (vale conferir).

“No ano passado, nenhuma área passou por uma transformação mais rápida do que a forma como trabalhamos. As expectativas dos funcionários estão mudando e precisaremos definir a produtividade de forma muito mais ampla – incluindo colaboração, aprendizagem e bem-estar para impulsionar o avanço na carreira de todos os trabalhadores, incluindo trabalhadores da linha de frente e do conhecimento, bem como para novos formados e aqueles que estão no força de trabalho hoje. Tudo isso precisa ser feito com a flexibilidade de quando, onde e como as pessoas trabalham. ”

Satya Nadella, CEO at Microsoft

O levantamento chegou a 7 pontos principais:

1. O trabalho flexível veio para ficar

2. Os líderes estão tendo menos contato com os funcionários e devem cuidar disso

3. A alta produtividade está mascarando uma força de trabalho exausta

4. A Geração Z está em risco e precisará ser reenergizada

5. Reduzir o networking está colocando a inovação em risco

6. A autenticidade aumentará a produtividade e o bem-estar

7. O talento está em todo lugar em um mundo de trabalho híbrido

Todos pontos super importantes e o artigo discorre de forma bem prática e ilustrada sobre todos eles, mas o que mais me chamou atenção e deixou muito animada de ter sido considerado, por ser algo que acredito muito e fomento no conceito da Outoo (explico melhor abaixo), foi o número 6, sobre autenticidade no trabalho.

Photo by <​a href​="https://unsplash.com/@brett_jordan?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=creditCopyText"​>Brett Jordan<​/a> on <​a href​="https://unsplash.com/s/photos/authenticity?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=creditCopyText"​>Unsplash<​/a>

Em resumo, eles abordam que o fato de termos estado mais vulneráveis, termos discutido isso abertamente, termos mostrado nossas famílias e animais nas telas, falado mais sobre costumes pessoais e até facilitado interações de tímidos que tinham dificuldade de se mostrar. “Antes da pandemia, encorajávamos as pessoas a‘ trazer tudo de si para o trabalho ’, mas era difícil realmente capacitá-las para fazer isso. A vulnerabilidade compartilhada desta época nos deu uma grande oportunidade de trazer autenticidade real à cultura da empresa e transformar o trabalho para melhor. – Jared Spataro, CVP da Microsoft 365 Essas interações com os colegas de trabalho podem ajudar a promover um ambiente de trabalho onde as pessoas se sintam mais à vontade para serem elas mesmas.”

Eu complemento esse ponto, falando sobre o autoconhecimento a que fomos sujeitados nessa experiência, quem já tinha parado para prestar atenção em como trabalhava? Quais eram de fato suas atividades? Quais eram os equipamentos necessários para suas atividades? Além dos necessários, quais são os desejáveis, os que passamos a valorizar? (alô cadeiras! vocês foram as campeãs de valorização pelos trabalhadores, finalmente te olharam com outros olhos) O que você gosta para seu dia de trabalho? O que contribui para que sua performance seja a melhor possível, para que você produza o que sabe fazer de melhor? O que é importante para o seu trabalho? Muita gente se questionou até da finalidade do seu próprio trabalho.

Uma das bases do conceito que estamos construindo na Outoo é de trazer a liberdade de escolha do lugar onde você vai trabalhar a cada dia, de acordo com suas atividades do dia, com a necessidade de silêncio ou de certo tipo de estrutura, com a previsão do tempo e até com o seu mood do dia, porque não? Quando estamos bem, nos sentindo bem e em um lugar que nos faz bem, conseguimos dar nosso melhor no trabalho e entregar nossa melhor performance, intelecto e criatividade.

Essa nova percepção sobre nós mesmos no contexto de trabalho, tem muito a agregar na nossa performance, no nosso bem estar e equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Esse autoconhecimento sobre como cada um trabalha é super importante e leva o futuro do trabalho a outro patamar.

O estudo também indica 5 principais caminhos a seguir, para quem de fato quer estar pronto para o trabalho remoto, híbrido e toda essa disrupção que está acontecendo nas formas de trabalhar:

  1. Crie um plano para capacitar as pessoas para extrema flexibilidade: não fomos treinados para essa forma de trabalho ainda, muito menos para fazer auto gestão, então a capacitação nessas novas soft skills são necessárias
  2. Invista em espaço e tecnologia para unir os mundos físico e digital: os espaços físicos de trabalho deverão ser olhados com novas camadas de olhar, além da flexibilidade, dos espaços projetados seguindo o Activity-based design, a integração da tecnologia e como o espaço pode suportar e potencializar as facilidades que a tecnologia nos trás
  3. Combata a exaustão digital: esgotamento digital, carga de trabalho no remoto, equilibrar atividades síncronas e assíncronas e respeitar pausas são cuidados prioritários
  4. Priorize a reconstrução do capital social e da cultura: Ampliar nossas redes e construir capital social exige esforço em qualquer ambiente de trabalho, mas é ainda mais difícil no mundo digital. As empresas devem encorajar a construção de capital social no trabalho e criar uma cultura de apoio social.
  5. Repense a experiência dos funcionários para competir pelos melhores e mais diversos talentos: O cenário de talentos mudou e as expectativas dos funcionários mudaram. O trabalho remoto será uma alavanca para atrair os melhores e mais diversos talentos.

Estamos entrando em um nova fase de muitas aprendizados, muitas situações podem ser desafiadoras, mas acredito muito que esse caminho é sem volta, por mais turbulento que seja essa adaptação, daremos alguns passos no sentido das melhores formas de trabalhar, basta persistir, observar, se flexibilizar e estar aberta às novidades. Vamos juntas? Contem comigo.

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